segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Livro


Há um livro que ainda me fará percorrer todas as bibliotecas do mundo. Me fará buscar desde as bibliotecas nacionais com seus acervos astronômicos até a mais privada das coleções particulares, onde só entram os livros que passam pelo crivo de seu dono. Não é um livro qualquer esse que procurei, procuro e procurarei. Não lembro direito como era, nem lembro sequer quando o vi – terá sido nas noites escuras que ocorreu esse primeiro encontro? Sei apenas que quando ele emerge em minha mente não é possível esquecê-lo. Imagino que deva ser como todo livro de qualidade deve ser: capa dura encadernado num tom preto ou azul escuro, com o título e o nome do autor apenas na lombada em tom cinza ou branco, tudo isso protegido por uma sobrecapa desenhada por um dos excelentes capistas da Cosac Naify. Sei também que quando o encontrar provavelmente estará levemente empoeirado, culpa da minha demora já que o livro ou estará numa prateleira alta demais dificultando o acesso ou escondido na fileira traseira de uma estante organizada por um bibliotecário maldoso, escondendo-o das vistas. Quando me vêm a memória vem sempre sem título, sem autor e sem editora – vem apenas uma coisa: a vontade de lê-lo. Só esse livro me deixará finalmente sentar em minha poltrona. Só esse livro me deixará ler em paz. Só esse livro me deixará aprender a ler.