quarta-feira, 4 de agosto de 2010

2.

Até agora as coisas ainda não trataram de ficar claras, pelo contrário, continuam obscuras e ofuscadas como se a minha memória houvesse sido registrada por uma velha câmera lomo. Tudo está borrado, as cores estão trocadas e não consigo olhar bem nos olhos das pessoas sem me perder no lusco fusco do papel, sem me perder como me perdi durante aqueles dias naqueles olhos, sem me perder como sempre quis me perder. Hoje estou perdido também, mas não mais entre seus braços. Perdido nessa banheira quente que em pouco tempo deixará minha pele tão enrugada quanto meu espírito, das tantas dobraduras que levou nas semanas que se passaram desde que conheci

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